Vamos falar sobre os nossos critérios para escolher o
Extremo Oeste Catarinense como nosso novo lar. Quando pensávamos em mudar
sempre tínhamos a ideia de viver em algum lugar que atendesse alguns critérios:
- menos violência;
- menos calor;
- mais natureza;
- mais espírito comunitário;
- menos individualismo;
- menos consumismo;
- custo de vida mais barato;
- custo da terra mais em conta;
Além disso queríamos ficar um pouco mais perto das nossas
cidades natais, já que vivíamos entre 1600 a 2000 km de onde nascemos.
Rapidamente os nossos critérios limitaram as nossas opções a
Região Sul do Brasil. Fomos descartando as capitais (Curitiba, Florianópolis e
Porto Alegre) e seus entornos, primeiro por serem locais de violência,
individualismo, custo de vida e consumismo crescente e segundo por serem locais
de natureza e espírito comunitário decrescente. Definitivamente queríamos ficar
longe de trânsito, poluição, shoppings e apartamentos. Depois descartamos
grandes cidades como Joinville, Caxias do Sul, Londrina e Maringá e seus
entornos pelos mesmos motivos. A seguir optamos por ficar longe do litoral pela
terrível experiência de viver 30 anos em uma cidade litorânea e saber que o
pior turista que existe no mundo é o veranista de praia. Viver na praia é um
inferno a cada temporada e feriado. Fizemos visitas em muitas regiões,
inclusive das cidades anteriormente citadas: conhecemos todas as cidades que
compõe a região Sul de Santa Catarina (maior cidade é Criciúma), conhecemos 17
cidades da Serra Gaúcha, visitamos todas as cidades da Serra Catarinense e por
aí vai. Uma das nossas primeiras opções era a Serra Catarinense, que tem uma
natureza espetacular, mas nos desagradava em dois pontos: a cultura local,
tendo em vista que as cidades são um pouco largadas, a população parece ser um
pouco abandonada por todos e por si mesma e o fato de ser uma região turística
próxima da capital, definitivamente não somos fãs de turistas.Mas havia uma
região com pouca informação a respeito. E fomos conhecer essa região apenas em 2015.
Essa região era o Extremo Oeste
Catarinense cuja capital regional é São Miguel do Oeste, cidade de 40 mil
habitantes. Quase descartamos a região sem conhece-la. Quando finalmente
decidimos conhecer a região descobrimos um lugar que atendia todos nossos
critérios! A região foi toda efetivamente colonizada de forma ordenada por
alemães, italianos e poloneses a partir do início dos anos 1950. É uma região
de relevo montanhoso, com cânions, cachoeiras, florestas. Uma área rural
bonita, desenvolvida e bem organizada. Uma população com forte espírito
comunitário, extremamente acolhedora. Uma temperatura agradável com estações
bem definidas. Um lugar que não tolera gente individualista (em outro momento
explicarei isso). Um custo de vida mais baixo assim como os custos da terra.
Casas sem muros e sem grades com as portas abertas o tempo todo, com bicicletas
soltas no quintal, carros estacionados abertos, vidraças de lojas sem grades,
etc. Enfim quase sem querer encontramos aquilo que queríamos. Pequenas cidades
com IDH elevado. A própria São Miguel do Oeste possuí o 39º melhor IDH do Brasil.
Diminuímos a distância dos nossos amigos e parentes em quase 1000 km ficando
dentro de uma distância mais confortável (nosso critério era ficar a até 12
horas de viagem para fazer o percurso apenas durante o dia) e ainda assim
ficamos longe das temíveis cidades grandes (estamos a 1h30 de Francisco Beltrão
– 90 mil hab., 2h00 de Pato Branco – 75 mil hab., 2h40 de Chapecó – 170 mil hab.,
3h20 de Cascavel – 270 mil hab., 4h10 de Guarapuava – 150 mil hab., 4h40 de Foz
do Iguaçu – 260 mil hab., não há outras cidades maiores que essas mais
próximas).
Encontramos nosso lar!
O Extremo Oeste Catarinense!